segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Noturna

Afogada no sol que parte
A licorosa distância me parte
Em duas, e três e quatro,
E às cinco da tarde já sou seis.
*
E é submersa que me deito, entreaberta, e o veio d´água já fragmentado em dois e três e quatro é o rio que me corre entre as pernas, pra longe do porto.
*
Horas antes, os navios ali; os navios sumindo, horizontes.
Uma reserva d´água salgada ainda na boca que não diz.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Os benefícios da lua

- Charles Baudelaire

"A lua, que é a própria imagem do capricho, olhou pela
Janela enquanto dormias em teu berço, e disse consigo,
Mesma: - 'Esta criança me agrada.'
E desceu maciamente a sua escada de nuvens, e
Deslizou sem ruído através das vidraças. E pousou sôbre ti com
Um suave carinho de mãe, e depôs as suas côres em tuas
Faces. Então, tuas pupilas se tornaram verdes, e tuas faces
Extraordinàriamente pálidas. Foi contemplando essa visitante
Que os teus olhos se dilataram de modo tão estranho; e
Ela com tão viva ternura te apertou a garganta que ficaste,
Para sempre, com o desejo de chorar.
Entretanto, na expansão da sua alegria, a Lua invadia
Todo o quarto, como uma atmosfera fosfórica, como um peixe
Luminoso; e tôda esta luz viva pensava e dizia:
- Tu sofrerás eternamente a influência do meu beijo.
Serás bela à minha maneira. Amarás o que eu amo e o que
Me ama: a água, as nuvens, o silêncio e a noite; o mar
Imenso e verde; a água informe e multiforme; o lugar onde
Não estiveres; o amante que não conheceres; as flôres
Monstruosas; os perfumes que fazem delirar; os gatos que
Desmaiam sôbre os pianos e gemem que nem as mulheres, com
Uma doce voz enrouquecida!
'E tu serás amada pelos meus amantes, cortejada pelos
Meus cortejadores. Serás a rainha dos homens de olhos
Verdes a quem também estreitei a garganta em minhas
Carícias noturnas; daqueles que amam o mar, o mar imenso,
Tumultuoso e verde, a água informe e multiforme, o lugar onde
não estão, a mulher que não conhecem, as flôres sinistras
Que sugerem incensórios de alguma religião ignota, os
Perfumes que turbam a vontade, e os animais selvagens e
Voluptuosos que são os emblemas da sua loucura.'
E é por isso, maldita e querida criança mimada, que
Estou agora prosternado a teus pés, buscando em tôda a tua
Pessoa o reflexo da terrível Divindade, da fatídica madrinha,
Da ama-de-leite envenenadora de todos os lunáticos."

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Maurice e Jasmin para adoção

Em 21 de junho uma amiga minha que trabalha num projeto lindo chamado Bicho no Parque doou 2 gatinhos (Maurice e Jasmin) para uma pessoa que parecia a adotante perfeita. Apartamento telado, ração Royal Canin, a família sempre teve gatos...

Eles se adaptaram numa boa, mas a adotante, não. Desde a adoção minha amiga recebia relatórios de que eles quebraram isto, que custou não sei quanto; que vomitaram naquilo, que foi comprado não sei onde; que desfiaram a cortina, que nem foi paga ainda; etc etc etc. Notícias boas, felizes, eram uma tremenda raridade... Enfim, minha amiga descobriu que eles até apanhar apanharam - e bastante.

Estão volta para adoção o tímido e falante Maurice e a superdoce, oferecida e, sim, estabanada, Jasmin. Estão aqui na minha casa como lar transitório (LT), mas precisamos urgentemente de divulgação desses dois.




O Maurice é tímido no início, mas fica um doce depois que se acostuma à pessoa, quer colo, conversa bastante (responde mesmo). É brincalhão, gosta de altura, mas é calmo. Tem 2 anos, está castrado, vacinado e microchipado.



A Jasmin é peluda, com pêlos entre os coxins (as almofadinhas) dos pés; é supercarinhosa e carente. Gosta muito de gente. Tem 1,5 ano, está castrada, vacinada e microchipada.

Os dois se ignoravam, ao serem adotados juntos, ficaram super companheiros, de um ir aonde o outro estava o tempo inteiro. A adoção de ambos juntos seria legal, mas não imprescindível.

Quem puder ajudar na divulgação, adoção, por favor, entre em contato, ok?

Obrigada.

sábado, 13 de setembro de 2008

Pânico



Foi do caralho.



Conhecer um dos meus maiores ídolos, o Emilio, foi surreal. E ele é tudo aquilo que aparenta ser. Em uma palavra: genial. E em outra: gentil. O que pra mim, na verdade, é faux-pas. Os exemplos estão aí pra quem quiser conferir. Uma pessoa que não trata as outras pessoalmente (sim, pessoalmente. Porque sim, faz toda a diferença, mas nem é o caso explicar isso aqui) com gentileza não pode ser genial. Sim, a pessoa pode ser muito inteligente e hmmm... não-gentil (ingentil? seria uma boa palavra). Mas nunca, nunca, não importa o quanto ela tente ou acredite, vai ser genial. Sim, esse preceito é universal e mais antigo que andar pra frente. E sim, é um preceito eterno e indissolúvel, não importa o tanto que se tente espancá-lo.

Enfim. Pra quem não ouviu, dá pra baixar o mp3 daqui.

Tem cinco partes no youtube também.
Parte 1.
Parte 2.
Parte 3.
Parte 4.
Parte 5.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

fada-madrinha



Eu sou fã da Rosana Hermann desde o blog Farofa. Sempre acompanhei tudo o que ela fazia, e a cobertura do Big Brother que ela fez foi uma puta inspiração pro Big Bosta.

Foi a Rosana uma das primeiras a linkar o Te Dou um Dado?, gerando uma porrada de visitação. Foi ela quem me indicou pra Gisela Rao, que me indicou pra Clarissa Passos, e por causa disso eu tô escrevendo matérias "sérias" pro iG.

Eu chamo a Rosana de fada-madrinha por isso e por tantas outras coisas, adoro o que ela faz e COMO ela faz, principalmente. Foi ela quem adotou a Laika Virgin, e fez com que ela (a Laika) deixasse de ter medo de trovão e de fogos. Só com carinho. Daí você como essa pessoa é foda.

Esse post é um agradecimento, com uma vontade imensa de que tudo dê muito certo na sua vida, Ruiva, num crescendo de sucesso e de felicidade, pra sempre.

Obrigada por tudo.

Lele

domingo, 7 de setembro de 2008

amigos, vinho, filha, música

quinta-feira, 4 de setembro de 2008


Sob o sol de setembro eu revivo, eu reajo, eu ressôo, eu re-sou.
A reentrada da primavera me remete ao meu coração retinto
Recendendo ao velho perfume de calêndula que me
Reacende antigos outros perfumes-relíquias, um a um,
No refúgio imaginário dos reincidentes.