quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Eat'n'Tell

Quem me conhece sabe o quanto eu adoro comer, e como eu gosto do universo gastronômico em geral. Por isso eu gosto tanto do Blog do Clayton, o Eat'n'Tell. Pra mim, disparado o melhor blog de crítica gastronômica que a gente tem por aqui - e olha que eu LEIO sobre comida também, viu.

E por isso fiquei tão feliz quando ele me chamou para escrever com ele. Hoje fiz meu primeiro post.

Vão lá e comentem! O blog todo é uma delícia.

Mila para doação


Há dois anos ela, com poucos meses de idade, Mila foi
deixada por alguém que passou de carro na
esquina da casa de um amigo. Durante uma semana a vizinhança se
mobilizou: um deu cobertor, outro, comida... e veio a idéia de ela ficar na casa até arrumar um
lar. Só que lá já havia outro cachorro e seis gatos, e a
casa ficou pequena demais.

Depois Mila ficou quase um ano em
casa de uma amiga desse meu amigo, mas lá era ainda menor, a
vizinhança reclamou dos latidos e Mila acabou voltando para
a primeira casa.

Todos (inclusive ela, me parece) acham que ela ficaria
melhor onde pudesse ter mais espaço.

Para adotar Mila, escrevam para mim. alesie@gmail.com

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cachorro perdido


Este cachorrinho foi encontrado hoje (28/10) perto da Fnac da Paulista, em SP, machucado e assustado. Levou pontos e agora está numa clínica veterinária, esperando pelo dono ou um novo dono.

Divulguem, por favor. Podem me contatar. alesie@gmail.com

Obrigada!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dia das Crianças às avessas

Peço ajuda para divulgar.

Este link é de um pai espancando um filho dentro de um aeroporto, em Porto Alegre, no dia 12/10.
É muito forte, muito triste. Foi filmado por um funcionário da Infraero.

O pai está solto e não foi punido.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

o aniversário da minha melhor amiga

Nunca duvidei. Quando cheguei na sala de aula, primeiro dia de faculdade, ela estava sozinha, lá no fundo, observando o povo que se aglomerava e se apresentava, lá na frente. Pensei: encontrei minha amiga aqui dentro. E foi assim.

Dea me ensinou a dançar. Sério, parece ridículo, uma pessoa de 20 anos que não sabia dançar, mas não, eu não sabia. E comecei a dançar por causa dela. E comecei a sair por causa dela. Todo fim de semana, a gente saía juntas. São tantas histórias de cair no chão de rir, mas acho que só a gente entende e ri tanto, mesmo porque quando vai contar a história a gente se escangalha de rir e não consegue terminar. A gente começou a namorar dois amigos, e era o máximo, porque além de sair juntas a gente saía com os namorados juntas - e fugia deles juntas também.

E fomos amigas e depois melhores amigas e depois inseparáveis, e depois sócias e então madrinhas uma da outra. Sempre eventos tão importantes, mas a gente quase nunca passa os aniversários juntas. Mas hoje deu certo. Hoje, dia 25, é teu aniversário, Déu. E eu passei 10 minutos dele com você.

Vi todas as suas fotos, Sis. As tuas pedras. As tuas portas, de que você tanto gosta - as portas que te levam pro desconhecido, pra você se jogar, que essa é a tua vida. Se jogar em tudo o que você não conhece, e desvendar, e sapatear em cima, e ir embora. Eu te amo tanto por isso, e você me faz tanto bem sendo assim... um dia você vai entender tudo isso.

Esses 10 minutos de aniversário que a gente passou juntas hoje foram, mais uma vez, a minha porta - em que, com uma pessoa que me ouve e que eu gosto tanto de ouvir, eu pude me jogar pra dentro de mim mesma e me enxergar com os olhos de quem realmente entende. Da última fila. Com um sorriso no rosto.

Te amo tanto e te desejo todo o bem do mundo, hoje e para sempre. Parasempremente.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sopra me


Naquela tarde eu te mandei todo o meu amor num beijo sonhado,
E desejei e soprei um vento para levá-lo até você
Ou ao menos um arco-íris invertido, num mundo ao contrário
Em que eu fosse tu por um momento e te sentisse como um eu,
Dentro, fora, cabelos e boca.

A semi-insônia das noites passadas se enraíza
Em olheiras e alguma tristeza: saudades do oceano
De silêncio navegado, do cais em que eu aportei
Por meio dele, e que agora também foi levado para longe
Pelo vento que eu mesma soprei.

Do meu lado esquerdo, dentro, uma cicatriz ensolarada:
A primeira letra do teu nome, roxa pétala amalgamada em sangue,
Areia, vento e água, combatendo bravamente, como tudo que é teu,
A paixão apocalíptica que me embalou pelos braços, recém-(re)nascida,
E sussurrou: "Nada aqui é teu", lullaby em pesadelo.

Ha! Mal sabe ela que eu também amalgamo e permaneço, porque minha raça
é Pietra, e as algas se amarram em meus pés e mesmo que eu quisesse ir sou escrava
desse mar hoje e para sempre, salgada em versos e lágrimas e peixes e espantos
e pedras e nada.

Semana das Crianças


Com meus primos, há muitos e muitos anos :)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

29 dias

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Gli ostacoli del cuore

terça-feira, 7 de outubro de 2008

primeiro poema de John Lyons para Anna Chiara

Anna Chiara

You do not speak my language,

not yet at least.

But your eyes

-dark pools of liquid light-

are big and beautiful.

Were I to compare your eyes

to any precious stone

or any

distant stars

that shed their light

on a summer’s evening,

I would,

as a poet,

be failing you, failing

their beauty.

Some things in life

are true and pointless.

Not you,

nor your innocence,

nor your beauty. You are

who and what you are, and

you are the joy of love

unconfined.

Your tiny hands reach out

as you ask for your drink,

your pert mouth agape,

milk teeth

barely piercing your bony gums.

First steps,

first teeth,

first words:

this is the so-called learning curve

of infancy.

But it is not that simple.

Are parents the first teachers

of their children,

or is it the reverse?

Of love you have nothing to learn

and everything

to teach. There is

love in the first laughter,

the first smile, the first games,

and you will remind us

as you call

to your mother and father that love

is the first and only reason for words.

If beauty is truth -and these are only words-

the love that illuminates

your fresh young skin

will remain everlasting,

and that purest of loves

which makes us

ageless, timeless will

be manifest every day of your life

from here and to eternity.

**27 December 2000**

Poetry über alles

John Lyons, poeta irlandês e um grande amigo, escreveu esta obra-prima em forma de poema, depois de ver uma foto de minha filha, Chiara, no aniversário de meu pai (ontem). Não bastando essa homenagem, John Hemingway, neto de Ernest Hemingway e um grande escritor ele também, postou o poema em seu blog.

Hoje é um dia de sol. Mesmo nublado, mesmo chovendo. It's sunny inside.


Chiara on her grandfather's birthday



Beauty has its own melody
speaks with honesty
and spontaneity
has a clear eye
for what is good,
for what is better
for what is best
in human nature;
beauty loves the truth,
always,
and swears
by the power of love;
beauty
glows under the skin
and sets the lips
alight with a smile;
beauty is that child
on the road
to adolescent innocence,
never bored with
clumsy perfections,
never eager
to find fault but
content to stretch
the moment shared
into infinity;
beauty is the authentic
kiss of life, number
personified, intuitive
peace lived beyond
the wildest stretch
of the imagination.

7-10-2008

John Lyons

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Parabéns, Pai

06/06/08



"...Meu pai, como vai?
Diga a ele que não se aborreça comigo



Quando me vir beijar outro homem qualquer
Diga a ele que eu quando beijo um amigo



Estou certo de ser alguém como ele é
Alguém com sua força pra me proteger



Alguém com seu carinho pra me confortar
Alguém com olhos e coração bem abertos
Pra me compreender..."

(Gilberto Gil - Pai e Mãe)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

mais de baudelaire

Um Hemisfério numa Cabeleira

Me deixe respirar, por longo, longo tempo, o cheiro de seus cabelos, neles mergulhar todo o meu rosto, como um homem sedento na água de uma fonte, e agitá-los com minha mão como a um lenço cheiroso, para sacudir lembranças no ar.
Se você pudesse saber tudo o que vejo! Tudo o que sinto! Tudo o que ouço em seus cabelos! Minha alma viaja por sobre o perfume como a alma dos outros homens por sobre a música.
Seus cabelos contêm todo um sonho, repleto de velas e mastros; contêm grandes mares, cujas monções me levam a encantadoras regiões, onde o espaço é mais azul e mais profundo, onde a atmosfera é perfumada pelas frutas, pelas folhas e pela pele humana.
No oceano de sua cabeleira, entrevejo um ponto fervilhando de cantos melancólicos, homens vigorosos de todas as nações e navios de todas as formas, recortando suas arquiteturas finas e complicadas num céu imenso, onde se estira o eterno calor.
Nas carícias de sua cabeleira, reencontro os langores de longas horas passadas num sofá, no quarto de um belo navio, embaladas pela arfagem imperceptível do porto, entre os vasos de flores e as moringas refrescantes.
Na ardente lareira de sua cabeleira, respiro o cheiro do fumo mesclado de ópio e açúcar; na noite de sua cabeleira, vejo refulgir o infinito do azul tropical; nas margens de penugem da sua cabeleira, me embriago com os cheiros combinados do alcatrão, do almíscar e do óleo de coco.
Me deixe morder, por longo tempo, suas tranças pesadas e negras. Quando mordisco seus cabelos elásticos e rebeldes, me parece estar comendo lembranças.