segunda-feira, 15 de junho de 2009

Assunto


Não sei se você sabe mas a minha alma está amarrada ali na sua linha da vida, na sua mão direita, e é aquele risco imeeeenso que vai até quase o seu punho, que por uma coincidência do destino está apoiado na minha mão, me mostrando na pele seu pulso acelerar quando sorrio com meu olho e minha sobrancelha se levanta sob meus cabelos que insistem em cair por cima dos meus óculos que se derramam em lentes e vermelhos e fazem meu nariz menor do que já é, mas não pequeno o suficiente para que eu não sinta o cheiro do casaco de couro que você acabou de tirar e ainda traz o perfume daquele perfume que a gente comprou na Itália, bem ali na lojinha daquela cidade que quase nem tinha nome, no fundo da rua, na frente da casa de portarretratos e pertinho do restaurante que de tão simples nem tranca no banheiro tinha - o que me fez pedir mil desculpas pra signora gorda que tentava abotoar a calça e saiu rindo - mas que servia a melhor costela do mundo depois de Eva, e desculpe por mudar de assunto
mas olha, Eva, vou só te dizer uma coisa.
Pecado é não amarrar a minha alma na linha da vida dele.
Todo o resto é perdoável.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia dos Namorados


Porque você, meu amor, me ensinou muito mais do que você jamais vai poder imaginar. Eu até gostaria de começar a te explicar, mas não vai fazer o menor sentido, porque essa terra aqui de dentro onde você plantou tudo isso que sinto e sou não existia antes da sua chegança. Foi você, meu amor, que me inventou, e me ensinou a gostar dessa invenção. Que me mostrou que 1 + 1 nada tem a ver com subtração. Eu nunca fui boa nessa matemática, mas você tem toda a paciência do mundo enquanto eu aprendo e me olha ali da porta quando eu erro a conta e rasgo o papel e geminianamente eu choro. E a gente ri junto e você começa do zero de novo, e eu entendo de novo. Porque você faz sentido na minha vida, aqui no meu peito; melhor ainda, você dá o sentido todo a tudo isso. Eu ia dizer que você faz todo o sentido quando está e também quando não está, mas você nunca "não está". Você está sempre, todos os dias, em todos os lugares, e eu tenho o maior orgulho de admitir que você me ensinou o que é amar essa constância, essa permanência, essa fixidez escorpiana cuja idéia me assustava tanto e hoje não vivo mais sem. Nunca mais sem.

Te amo tanto e sempre. Te amo tudo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

No vacancy



Não me hospedo mais, não cobro minhas visitas.

Saio de mim e levo a chave, volto quando quero.

Sou mais minha do que nunca.



Foto Davi Santos, do ótimo blog a manh'ser