segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pólen

Fui acompanhar meu pai à quimioterapia, na sexta-feira, mas só consigo falar disso hoje. Quer dizer, nem falar consigo, mas escrever, talvez um pouco. Não me faltam palavras, nunca. Pra eu não ter palavras, é porque tá difícil.

Ele estava todo feliz, confiante mesmo, até a hora em que ameaçaram internar de novo. Quer dizer, internaram, porque a gente ficou lá no hospital mais de 8 horas. Eu e meu pai. Conversando.

Isso me lembra da manhã da minha vida, lá pelos meus sete anos de idade. A gente nunca conversou, porque meu pai não é de palavras. Pra ele falar, é porque tá difícil.

A gente andava de moto, eu na garupa, abraçada àquele meu pai alemão de camisa pólo, com cheiro de perfume verde. A gente fazia a travessia Ilhabela-ilhota da Praia Grande, eu nas costas do meu pai, agarrada à minha falta de medo. À minha coragem de ser filha de um homem grande, forte, destemido e calado. Meu pai.

Na sexta-feira, no meu outono, caíam folhas e lágrimas escondidas, e as palavras jorravam da boca do meu pai. Ele contou piadas, enquanto lhe injetavam a droga, e falou dos fantasmas que, segundo ele, povoam a sua cabeça e somem na frente do médico. "Bobagem, pai", eu dizia.

E o quarto da quimioterapia era decorado de abelhinhas pintadas. "Eles pensam que eu sou criança", disse ele. A gente riu. E eu me lembrei do chão da cozinha da minha infância, quadriculado, feito colméia preta e amarela, onde eu, brincando de abelha, ia pra baixo da mesa de jantar enquanto meu pai, minha mãe e minhas irmãs comiam frios e bebiam cerveja sobre a mesa redonda. Eu brincava de ísis, de zunido, enquanto as pernas do meu pai balançavam sem parar.

Por que eu estou falando tudo isso? Porque não tenho palavras ao ver meu pai virar pólen. Fabricando fel, a ísis aqui dentro.

41 comentários:

Rubens Oliveira disse...

Um dos mais elevados deveres humanos é o dever do encorajamento.

É fácil rir dos ideais dos homens.

É fácil despejar água fria no seu entusiamo.

É fácil desencorajar os outros.

O mundo está cheio de desencorajadores. Temos o dever de encorajar-nos uns aos outros.

Muitas vezes uma palavra de reconhecimento, ou de agradecimento, ou de apreço, ou de ânimo, tem mantido um homem de pé.

Willian Barclay

Lele, fique de pé e não desanime.
Abração

Tefy disse...

Lele, eu realmente não tenho palavras, só que começou a brotar uma lágrima aqui no cantinho do olho..

Lembre-se do seu pai forte e use a força dele para manter-se sempre erguida.

Beijos girl!

Gacta disse...

eu já estive nessa situação. ao contrario, meu pai me observava.

eu já estive em outra situação. em verdade eu observei ele.

na primeira eu venci. na segunda, ele não.

meu pai nao era de poucas palavras. era de muitas, francês abestado. mas eu nunca soube dizer uma sequer. as últimas foram: o q eu vou fazer sem vc?

as mesmas q ele me falou qdo eu quase desisti.

resiste dolce. aguenta. segura o maximo que vc puder.

nunca vou superar. conviver é um fato. doloroso. chato. choroso. e medroso.

e medo, e dor, e chatice e convivência cansam. e vc pensa q está tudo ok, mas nao está.

é cada dia, é falta. arrancaram há 5 anos um pedaço de mim. suporto.

segura dolce.

beijo dum cara q te ama pra cacete e q ja teve no lugar do seu pai um dia. e no seu também.

Magda Rocha. disse...

pra mim comentar qualquer coisa relacionada aos pais, meus ou de outrem, é difícil.
ler, não muda. é difícil.
meus olhos estão como os seus ficaram, mas não escondem as lágrimas. estão escalando meu rosto em seu ritimo ao contrário.

o que eu posso te dizer?
eu posso te dizer o mesmo que a gacta, mesmo que pra você não caia com a mesma intensidade. mas direi.
aguente. seja a rocha firme do seu pai.
seja o que ele já foi e é pra você.
como é aquele clichê?
quando nos sentimos fracos, é quando estamos mais fortes?
bom, tanto faz. mas o que importa, é que ele é verdadeiro. prq se estamos suportando aquele momento, deveras somos fortes.
e se você suporta este, lhe garante força.
força esta, que é vital para o seu pai.

eu desejo do FUNDO DO MEU CORAÇÃO, que tudo dê certo.
que sei pai fique bem, independente da forma. mas que acima de tudo, tenha paz e calor no coração. que continue sendo muito amado.

fiquem bem!

Magda Rocha. disse...

RITMO*

bobmacjack disse...

A beleza da tristeza. Suas palavras emocionam e fazem a gente ter força pra desejar que você tenha força.

Fica bem, amiga.

Anônimo disse...

Lele,

foi foda ler tuas palavras...passo exatamente pelo mesmo, só que com minha mãe...uma outra amiga que também passa pelo mesmo me disse um dia desses: o que se faz numa situação dessas, nana? Nada, amiga...nada...
Melhor não ter palavras porque não há o que falar....

Unknown disse...

É difícil ser o pai do pai. A gente sabe que não está com essa bola toda mas tem que segurar a onda.

E é difícil ver o pai virar filho. Porque constrange, choca, nos deixa sem saber como ocupar esses novos lugares.

Não é possível viver coisas difíceis como se elas não fossem o que são. Há uma vontade constante de afastar da boca esse cálice, de cuspir de lado e pedir somente um copo d'água.

Mais do que tudo, entretanto, é a capacidade que a gente pode ter - quando tem - de estar ao lado de quem a gente ama. Mesmo sem ser pai de nada, mesmo sem caber no lugar, mesmo sendo difícil ajudar a segurar a taça, há algo de muito bom em se saber que não se está só.

Na dúvida, sorria. Sorria como quem dá um presente. Quer coisa melhor do que, no meio de tudo, olhar de lado e ver alguém que nos é precioso ali junto sorrir pra gente?

Alles Gutes, papai Siedschlag!

Flávio Amaral

Unknown disse...

Algumas pessoas já passaram por situações parecidas, e eu também.

Não tenho muito o que falar, a não ser desejar muita sorte ao seu pai, a todos vocês e principalmente muita FORÇA que eu tenho certeza que vocês já estão tendo.

"O homem que nada contra a correnteza sabe a força dela."

Não é fácil, mas continuem firmes!!

Vou rezar por vocês todos.

Thais Baptista disse...

Que bonito! Enquanto ia descrevendo as situações (vc na garupa dele, na mesa de jantar, etc), fui imaginando e me lembrando das minhas com meu pai. Deve ser dolorasamente difícil ver aquele homem forte que sempre cuidou da gente estar tão frágil precisando de vc.

Nina disse...

Lelê,
Como disse em outro comentário, você é a melhor pessoa que eu não conheço (espero conhecer um dia). E assim como você é legal com tanta gente, com certeza neste momento você e sua família irão receber muito amor e carinho, assim como orações.
Posso lhe sugerir um livro para você dar ao seu pai?

"Aprendi com meu pai – 54 pessoas bem-sucedidas contam a lição mais importante que receberam de seu pai, de Luís Colombini, 256 pp., Editora Versar, São Paulo, 2006"

Neste livro tem espaço para que você escreva também a SUA história ( e que história linda vai ser, como todo o seu talento!). Tenho certeza que ele vai gostar de ler o seu amor por ele.
Não posso ter certeza que tudo vai passar e terminar bem, mas sei que amar sempre vale a pena.

(ai que bosta, que o teclado ficou todo molhado agora!)

Que o Deus do seu coração esteja com você e sua família.

Tatiana Franey disse...

mama, pedra, linda. eu só posso imaginar como seja isso. talvez eu nem imagine certo. te mando um abraço daqui, você tá sempre no meu pensamento, você sabe disso. te amo. fique pedra, fique forte.
toca

Anônimo disse...

lindo demais. :~

Pin-Up Carioca disse...

Nossa...Como você se expressa bem...
Sei bem o que é isso,já vivi algo semelhante.
Tem horas que faltam palavras mesmo,ainda bem que você descubriu esse mundinho aqui né?
Escrevendo parece que as coisas ficam mais fáceis.
É como se cada pessoa que passa por aqui,levasse um pouquinho da nossa dor...
Parabéns menina!
Descubri seu blog hoje. :)
Muito bom mesmo...

Daniela disse...

Lele, fiquei totalmente sem palavras. Lembrei de oito anos atrás quando vi meu pai saindo da UTI, praticamente um fiapo de gente, meu irmão estava ao meu lado e tive que segurar meu choro e segurar meu irmão pra que meu pai soubesse que estavamos ali por ele e com ele, como ele tantas vezes esteve para nós.
Beijo

Michelle e Eduardo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Câncer e pai e mãe não deveriam nunca estar na mesma frase, mas a vida as vezes prega a peça mais idiota de todas. Que posso dizer? Aproveita demais todos os momentos que você puder com ele. Momentos bons, nostalgicos, ams sem melancolia. Fiz isso com minha mãe, que me deixou a oito anos e hoje só tem saudades, nenhuma mágoa ou arrependimento. A gente cantava Roberto Carlos e Chico Buarque em dupla pelo corredor da casa em que eu vivi tantos momentos bons com a mulher mais íntegra, inteligente e cheirosoa do mundo.
Paciência e força.E o tanto possível de paz de espírito. O resto é o vazio.

beijos

Unknown disse...

Lele,

Imagino como você deve estar se sentindo. Não é justo, nós devemos tudo que somos e temos aos nossos pais, e de uma hora pra outra percebemos que é hora de cuidar deles, e não mais ser cuidado.
Já passei por isso, minha mãe teve câncer de mama duas vezes, e tá aí, viva, linda, com mais vontade de viver a cada dia, e passando pra muita gente uma garra e força que, sem dúvida alguma, nem ela sabia que tinha antes disso tudo acontecer.
Nossa missão nessas situações é um pouco conturbada, nada é claro, mas pode ter certeza que você tá fazendo a coisa certa. Ter a filha dele ao lado é o que ele mais precisa agora.
Força, sempre, e fiquem com Deus.

beijos,

M disse...

Sempre leio tds os seus blogs, mas nunca comento...
Desta vez este me tocou de maneira especial, talvez por passar por situação parecida, a quimio de meu avô. É muito triste ver aos poucos a vida se esvaindo e a gente não ter nada a fazer, apenas assistir e pedir um pouco de dignidade.
Força por aí!

Premiere Voyage disse...

Lelê!
Passei por isso com minha avó e com minha mãe. E tudo que eu aprendi (na marra) é que a gente tem que ser o mais forte e parecer o melhor possível para que eles agüentem e sofram um pouco menos, se é que é possível.
Tantas vezes difíceis, eles estiveram lá por nós. Chega uma hora em que a gente precisa ser forte e estar por eles.
Um beijo,
Pri

Michelle disse...

É difícil. Qualquer coisa quando referente a alguém que a gente ame incondicionalmente, e da maneira mais pura e desinteressada possível, é difícil. Assistir a tudo isso é bem pior. Ver que aqueles que são companheiros permanentes em nossa vida, que nos amam sem limites, que nos ensinaram tudo e nos fizeram quem somos hoje, são humanos.
Mas nada que um pensamento positivo e a compreensão de que isso é só mais uma dolorosa parte da vida para dar força a você e ao seu pai.

Vivi disse...

É difícil - não tenho o que dizer
Passei por algo parecido e nuca soube o que pensar ou falar...
Acho que, como você, preferia encher minha mente com lembranças (antigas ou novas).

Melissa Mell disse...

Lelê, minha querida que eu já adoro tanto...
Não sei profundamente do caso e nem da gravidade, então vou dizer o que sinto mesmo tateando: curta muito o seu pai!
Fale tudo que você quiser falar pra ele, ou comunique-se com os olhos, com gestos e com todo o amor- como você já está fazendo. Isso foi o que fiz com minha avó quando percebi que ela já estava bem velhinha (diferente do seu pai)e quando ela se foi, anos depois de eu passar a fazer isso, eu fiquei em paz e com uma dor mais amiga.
Se mostre forte se quiser, se achar que deve se mostre como está, não existe uma receita de bolo. O que você está fazendo por ele nesse momento difícil, todo esse companheirismo, amor e cuidado, isso é um bálsamo, querida, e vale ouro pra ele, tenha certeza.
E se quiser colo, ombro ou o que for, me liga DE VERDADE e vamos fazer qualquer coisa.
Beijos e sinta-se muito abraçada agora.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Lelê, nem te conheço direito mas sou muito solidário a você e ao seu pai. E ao ler o post além de comovido, cheguei a conclusão que seu pai está bem amparado tendo alguém tão digna e forte do lado.

MARCA REGISTRADA disse...

lendo o seu texto me vieram aos olhos algumas lágrimas e à mente um texto da adélia prado, onde ela diz que "não é à-toa que tristeza rima com beleza.".

Isabela disse...

Oi Lelê,
Conheci seus posts pelo TDUD? e acabei vindo parar aqui. Não te conheço, nunca conversei com vc, no máximo já fui de curiosa visitar o seu orkut.
Fiquei bastante emocionada com o que vc escreveu. No ínicio desse ano perdi meu pai assassinado durante um assalto.
Estou aqui agora chorando feito criança lembrando também da minha infância com ele.
Só posso te desejar força e ânimo pra fazer pelo seu pai o q eu não pude fazer pelo meu, estar do lado dele na hora que ele mais precisou.
Boa sorte

Unknown disse...

:(

Fabio. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tricks disse...

LELE... ai eu sou péssimo nisso de falar sobre coisas tão intensas e importantes... =/
mas me senti na obrigação depois de ler esse desabafo, que as vezes até nos alivia quando compartilhamos nossas "fraquezas"....
Assim, Deus vai te abençoar e vai abençoar seu pai também, ele ou algo maior que você acredite, vai te dar força para superar tudo... e sempre estarei e acho que seus leitores também, seja por um coments o por um e-mail mas sempre juntos!

Unknown disse...

Alê,
Abrace-o e respire fundo para guardar na memória pelo menos essas suas sensações (o tato e seu cheiro). Agradeço por ter exercitado isso enquanto pude, tanto com minha mãe, quanto com meu pai. Antes de dormir, quando o coração fica apertado, consigo fechar os olhos e voltar na mesma cena, lembrando- me daquele abraço e daquele perfume que meu pai costumava usar: quase posso senti-lo novamente.

Veronica disse...

é muito dificil falar sobre pai, e lendo todas essas historias aqui, apertou tudo, embaçou e eu esqueci o que ia dizer.
mas hang in there.
bjs

Roberta disse...

Oi, Lele, conheço-a via TDUD, que me diverte diariamente, e hoje resolvi conhecer seu blog. Meu pai passou por isso quando eu tinha 17 anos, mas não pôde nem fazer a quimio... Força para você, seu texto transborda tristeza mas, também, muito amor.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Mais uma leitora do TDUD...

Sou uma mera desconhecida, com uma única intenção: parabenizá-la por se permitir estar perto nas horas em que somente os gestos importam.

Você é sim ótima com as palavras.

Mas não é isso que faz a diferença. A diferença está nas oito horas de hospital, e em tudo que a tua presença representa.

Tem coisas que a gente não pode mudar, mas podemos amenizar...Melhor é seguir em frente, por perto, pra não acabar ficando pra trás.

Ter algum tipo de fé ajuda, viu?

Elaine. Ou Laine, Lan, Zelaine, Zêla, ou Carla, ou Hyolanda. Tudo eu. disse...

Lele, minha mãe já teve um CA também.

Não tem como eu expressar nada que você já não saiba, mas ó: vou rezar e torcer muito pela saúde do seu pai e pela sua força.

iaiá disse...

lele,

não te conheço nem vc a mim...
só posso dizer que forças e oração se tiver fé em que Deus for.
o meu pai não pode ficar, er a a hora, sei lá porque,não viu os netos está lá olhando pela gente há 14 anos...meu filho mais velho tem 12. e eu senti ele no meu quarto quando eu amamentava.
então fique com ele,não são necessárias palavras. e a a hoar de vcs não é a mesma que a minha.
bjs

Too-Tsie disse...

Eu passo por algo parecido. Minha mãe tá internada desde abril, com uma infecção no pulmão.
Tenho ido ultimamente todos os dias visitá-la, levar almoço (que a comida do hospital é péssima).
É dificil pra mim, fico imaginando pra ela, com dores constantes.

Não vou reclamar nunca disso, poderia ser pior.

Tem dias que eu acho que não vou aguentar, desabar sabe, mas não posso, tenho que seguir minha vida, meu trampo, e tenho que conciliar também com o meu namorado que mora comigo e me dá um super apoio, em todos os sentidos.

Louise disse...

Lelê,
Que texto lindo.
Perdi meu pai, que era assim como o seu, difícil de falar. Mas que tinha um puta orgulho de mim, sei lá prq.
Já tem dois anos que um AVC fez ele cair no jardim da minha casa, perto da quaresmeira que ele tinha plantado.
Fique bem, querida.
Aconteça o que for, que o sofrimento seja mínimo.

"Everything was beautiful, and nothing hurt."
Beijo da sua fã,
Louise

soraya moore disse...

Lele, li seu post alguns dias atrás e não tive coragem de comentar.
Ao contrário de você, eu sou péssima com as palavras, nunca consigo demonstrar bem o que quero. Me sinto mal, como se estivesse invadindo a vida do outro, sabe?
Então fiquei aqui, chorando feito criança, lendo os comentários, sem coragem de escrever.
Sei o quanto é difícil ter que ser forte nessas situações, eu virei gente grande quando minha mãe teve que operar um coágulo na cabeça por conta de um acidente, ela amamentava minha irmã menor, que depois da operação nem reconhecia mamãe.
Foi horrível ter que lidar com o medo das possíveis seqüelas, virar mãe de um bebê, tomar conta da casa e da outra irmã pré-adolescente e ainda ter que mostrar para papai que estava tudo bem e que não estava me sentindo sobrecarregada, e olhar para mamãe toda deformada e dizer que não estava tão ruim assim, que ela continuava linda.

O tempo passou, mamãe não ficou com nenhuma seqüela, mas eu me transformei em uma outra pessoa, virei adulta, responsável e fiquei com um hábito, às vezes bem chato, de ser mãe de todo mundo.

Admiro muito você, seu senso de justiça e essa boa vontade com o mundo, sei que você vai saber lidar com isso, que vai sair mais forte, mas mesmo assim, rezo por vocês e desejo sempre o melhor.

khakha disse...

advertencia: ler esse texto durante a TPM causa lagrimas, muitas lagrimas.