terça-feira, 29 de julho de 2008


hoje sou sem pontos e sem acentos porque nao tem pontuaçao que finalize ou exclame ou interrogue por mim. sem pontos, aberta, um zero, uma parede a ser escrita, desenhada ou derrubada, place your bets.

eu sempre estive ali às suas costas, no mar de ilhabela, na garupa da sua moto, sobre seu chinelo, e hoje me vejo no espelho, empurrando sua cadeira de rodas. engoli, sem pontos, sem acentos, sem emoção por ora, porque você é e sempre será meu melhor livro, minha gramática, meu dicionário de ilhas e motos e vinhos e cinzas e cheiros. meu pai.

12 comentários:

Unknown disse...

Que lindo!
eu nem te conheço, mas acho que senti um pouco da sua emoção ao escrever esse texto.

Parabéns!

Nina disse...

Que o Deus que você acredita abençoe você e sua família.

Thais Baptista disse...

Que texto lindo!!! Seu pai deveria ser gatão quando novo hein? Tão bonitinho, simpatico.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Roberta disse...

Um Beijo imenso, com inicial maiúscula para ser maior ainda, para seu pai, e outro para você, por compartilhar conosco seus sentimentos.

TatiPy disse...

Compartilho contigo as sensações de ter um familiar em tratamento de saúde. Minha irmã está doente há 14 anos.
Já me perguntei mil vezes por que este tipo de coisa acontece com uma pessoa tão especial. Infelizmente, ainda não tive resposta.

Me resta a fé na cura.
Beijos!ecgpd

Daniela disse...

Lele, não nos conhecemos mas, neste momento, te abraço bem apertado.

Lolô disse...

Lele, me emociono cada vez que vc posta algo aqui sobre seu pai...Já passei por tudo isso, mas, infelizmente, a história não teve um final feliz. Torço pra que com vc e seu pai seja bem diferente e vcs ainda possam ter anos e anos juntos!
Beijos

Tefy disse...

C é a cara do teu pai, hem Lele!

Beijos!! :)

p.s: nem preciso comentar do texto, né? Adorei. Lindo, escrito nao pelas mãos, mas pelo coração!

Unknown disse...

Emocionante o teu texto, e ele me levou numa viagem longa para a minha vida, 10 anos atrás, exatamente na mesma situação em que tu estás agora.
E li, 10 anos depois, as palavras que eu gostaria de ter achado quando tudo mais me faltou.
A gente aprende que no fundo não há falta, há excesso, e que todas as pessoas cabem dentro da gente, o que realmente importa a gente leva pra sempre. A Imortalidade é a nossa memória.
Obrigada por compartilhar o teu momento nesse lindo texto.
Um grande abraço.

Anônimo disse...

Seja sempre feliz por saber que teu pai viverá sempre através do teu amor e das coisas que ele te deixou no caminho, ainda que ele venha a ausentar-se. Como a Marina, também me emociono sempre que leio seus posts sobre seu pai, pois isso que tens com ele, que é tão intenso que transborda nas suas palavras, é algo que gostaria muito de sentir. Morto, moça, é um pai sem moto, sem chinelos, sem ilhabela, sem exemplos, sem carinhos, sem amor.

Letícia disse...

Beijos, beijos e beijos! (só isso que eu posso dizer)